Por Edicarlos Mellin

Olá, seja bem vindo!

A procura por uma alimentação saudável tem sido mais frequente na sociedade, principalmente por quem vive em grandes centros urbanos. Mas conseguir se alimentar com frutas, verduras e legumes sem o uso de agrotóxicos ou conservantes está cada vez mais difícil. Para quem vive no interior isso também está se tornando uma preocupação, pois com as expansões comerciais, muitos produtores de cidades pequenas estão fazendo uso de produtos nocivos à saúde. Então, como a escola pode ajudar as crianças a comerem alimentos saudáveis? Essa iniciativa pode gerar custos ou ganhos?

Aqui encontramos uma maneira bem interessante, educativa e até mesmo divertida de trabalhar o tema “Alimentação Saudável”. Nós criamos uma horta, um espaço destinado ao exercício de manejo da terra e dos alimentos.

Nós iniciamos o trabalho com a ajuda dos professores. Eles realizaram uma sondagem com os alunos e construíram juntos, envolvendo conceitos de matemática, tabelas e, em algumas classes, até gráficos com os legumes e verduras mais apreciados. Em seguida procuramos sitiantes próximos à escola que poderiam nos fornecer esterco para a melhoria das condições da terra.

Projeto Institucional: compostagem e combate ao desperdício de alimentos
Com o adubos orgânico em mãos, criamos uma rotina dentro dos horários das oficinas curriculares. Em um primeiro momento, a cada dia da semana uma turma saía da sala após o intervalo e seguia até a horta, onde ensinamos as crianças como adubar a terra, preparar o canteiro e plantar de maneira correta hortaliças como alface, almeirão e rúcula. Fizemos um canteiro para cada turma. Depois do preparo, os alunos elegeram cuidadores, que tinham a responsabilidade de ajudar a regar seu trecho da horta. Depois, com o passar dos dias, os estudantes saíam duas vezes por mês para aprender a conservar os canteiros, retirando matos ou qualquer outra coisa que poderia atrapalhar o desenvolvimento das hortaliças.

Também fizemos vasos com pneus usados e, neles, plantamos legumes como berinjela, jiló e quiabo, que contam com a ajuda dos alunos para os cuidados, principalmente nas colheitas.

Todo processo é organizado por mim, diretor, pelo nosso auxiliar de serviços, Edivaldo dos Santos Arf, e pelos professores das oficinas curriculares. Os alunos são os principais agentes das atividades, mas nunca usam instrumentos cortantes ou realizam os trabalhos pesados, apenas aprendem a cuidar dos alimentos – o que ajuda a criar senso de responsabilidade e incentiva a cooperação –  e a ter o prazer de comer um legume ou verdura que eles mesmos cultivaram, sem uso de nenhum tipo de agrotóxico. Isso porque tudo que é colhido utilizamos para complementar a merenda.

Mesmo nesta época de recesso escolar, a horta é mantida, pois temos sempre alguém de plantão na escola. Estamos em uma fase do ano em que o único trabalho é regar. De qualquer maneira, supervisionamos tudo para que, ao retornarem às aulas, os alunos continuem a lavorar…

E na sua escola, existe algum projeto de alimentação saudável? Os alunos conseguem ter a oportunidade de trabalhar a terra? Compartilhe sua experiência!

Fonte: Gente e Gestão