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Violência na escola: aposte no diálogo para resolver conflitos

"Filha da puta." 

O palavrão machuca. Talvez seja mesmo ofensivo iniciar um texto dessa maneira. Mas o desconforto tem razão de ser. O xingamento logo no início da reportagem é para dar uma dimensão - pálida - do impacto que é receber essa saudação na escola. Aconteceu com uma professora da rede pública, no Ensino Fundamental 2, no primeiro dia do ano letivo. E se repetiu a cada nova entrada dela em classe, mesmo diante de insistentes pedidos de respeito. A ofensa gratuita alimentou o ressentimento ao ponto de, exaurida, a professora xingar o aluno pela mesma expressão. 

Medo era o sentimento que dominava o professor de uma escola no interior paulista toda vez que ele punha os pés na sala daquele garoto de 14 anos. Depois de um tumulto, o docente expulsou o estudante, tido como perigoso pela equipe. Esperou um pouco e seguiu para a diretoria. Acabou golpeado por um bloco de concreto, que lhe partiu o nariz. Jurou abandonar a profissão. 

Os relatos reais exemplificam o temor e a sensação de impotência diante do ambiente tenso de parte das salas de aula brasileiras. Contam a história de um grave problema que se convencionou chamar, genericamente, de violência escolar. Para ser justo, o melhor seria dizer que esses depoimentos contam metade da história. A outra, mais positiva e esperançosa, vem sendo escrita por instituições e profissionais como os destacados nos quadros desta matéria. São exemplos de sucesso no enfrentamento de casos de agressão entre alunos, de ameaças físicas a docentes e mesmo contra a depredação do patrimônio da escola. Pelo caminho do diálogo, se recusam a aceitar que um episódio de hostilidade deságue, necessariamente, no pânico, na desistência ou no autoritarismo. 

Afirmar que a violência tem solução não significa dizer que o caminho é simples, muito menos rápido. Isso seria subestimar o problema - assim como a inteligência e a vivência de milhares de educadores. Na apuração desta reportagem, tivemos contato com dezenas de relatos reais. A maioria terminou com os desenlaces de praxe: alunos expulsos, polícia, professores desiludidos. Mesmo os desfechos bem- sucedidos carregam certa carga de humilhação e vergonha. Prova disso é que muitos personagens aqui retratados pediram para ser identificados por nomes fictícios e não quiseram aparecer nas fotos.

Refletir em vez de suspender

Com paciência e sangue-frio, Alberto evitou a agressão e reabilitou um aluno. Benonias Cardoso
Com paciência e sangue-frio,
Alberto evitou a agressão e
reabilitou um aluno
Escondidas em mochilas e bolsas ou contrabandeadas pelo muro, garrafas de bebida atrapalhavam a convivência no período noturno do Centro de Ensino Médio de Tempo Integral (Cemti) Didácio Silva, em Teresina. Numa caminhada pelo pátio, o professor Alberto Machado Vieira encontrou Márcio*, aluno do 3º ano do Ensino Médio, embriagado. "Vi que ele estava sem condições de assistir a aula. Me aproximei e ele se irritou. Veio na minha direção para me dar um tapa", relembra Alberto. Vieira desviou e tentou acalmar o rapaz. Mas deixou claro que gostaria de vê-lo no dia seguinte. 

Márcio tinha certeza de que seria expulso ou suspenso. Em vez disso, encontrou um círculo restaurativo composto de colegas e docentes. A conversa iniciou com uma pergunta: o que o garoto achava do incidente? Envergonhado, Márcio pediu desculpas, baixou a cabeça e permaneceu em silêncio. Um a um, os outros se puseram a falar. Tomando cuidado para que a exposição não se transformasse numa grande lição de moral, amigos alertaram que o hábito estava se tornando frequente. Os professores, por sua vez, questionavam se valia a pena estar na escola e não aproveitar o que ela tinha para oferecer. 

No fim do encontro, o estudante firmou um compromisso de não repetir a bebedeira. Cumpriu com a palavra: em sua passagem pela escola, não houve mais registros de embriaguez ou desrespeito a professores e colegas.

Fonte: Nova Escola

 
 
 
   
 
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